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5 razões de porque vegetarianos desempenham melhor no esporte

Atualizado: 30 de mai. de 2023


Muitos acreditam que vegetarianos têm um desempenho esportivo limitado, mas a verdade é que existem diversas vantagens para atletas e esportistas que adotam esse estilo de vida.


Dietas vegetarianas são associadas com melhoras na capacidade cardiorrespiratória e no controle de processos inflamatórios e oxidativos. Além disso, vegetarianos tendem a apresentar um baixo percentual de gordura, têm um fluxo sanguíneo favorecido, e parecem regular a acidose metabólica de forma mais eficiente. Todos esses fatores favorecem o desempenho esportivo, vamos discutir cada um deles?


1) Vegetarianos têm um melhor controle de processos oxidativos e inflamatórios


Estresse oxidativo e inflamação, são 2 dos fatores mais limitantes para o desempenho de um atleta. Sempre que executamos uma atividade esportiva, dependemos da nossa capacidade antioxidante para nos recuperar e continuar a desempenhar tal atividade. O mesmo é verdade para a inflamação, que é inevitável, principalmente em esportes de alto rendimento.


Acontece que vegetarianos têm uma maior facilidade para combater o estresse oxidativo, já que os alimentos de origem vegetal são ricos em vitaminas antioxidantes e fitoquímicos. Além disso, estudos demonstram que vegetarianos parecem ter uma maior produção de enzimas antioxidantes.


Vegetarianos também apresentam um melhor controle para processos inflamatórios, devido ao maior consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, e o menor consumo de produtos de origem animal, conhecidos por favorecem a inflamação.

2) Vegetarianos têm um melhor fluxo sanguíneo e maior oxigenação muscular


Dietas vegetarianas são tipicamente pobres em gorduras saturadas e colesterol, reduzindo a concentração plasmática de lipídeos e, consequentemente, a viscosidade do sangue. Um sangue menos viscoso gera menos resistência, favorecendo o fluxo sanguíneo e a oxigenação muscular.


O fluxo sanguíneo também depende da flexibilidade arterial, onde artérias saudáveis se expandem com o aumento da pressão sanguínea em um processo chamado de vasodilatação.


A vasodilatação é influenciada por escolhas dietéticas. Alimentos de origem animal parecem ser especialmente deletérias para a flexibilidade arterial, devido à presença de gorduras saturadas que parecem mediar processos inflamatórios e causar enrijecimento da parede arterial. Por outro lado, dietas vegetarianas favorecem a vasodilatação.


3) Vegetarianos parecem regular a acidose metabólica de forma mais eficiente


A preferência por proteínas de origem vegetal pode favorecer o balanço ácido-base, potencialmente impactando o desempenho esportivo. O esforço físico de alta intensidade promove o acumulo de lactato, um subproduto da contração muscular que causa acidose, limitando o desempenho no esporte. Proteínas animais tendem a amplificar a acidose, enquanto as proteínas vegetais neutralizam esse processo.


4) Vegetarianos consomem mais carboidratos


Muitos atletas comentem o erro de limitar a ingesta de carboidratos, limitando também o desempenho no esporte! É bem evidente que um maior consumo de carboidratos favorece a performance esportiva, especialmente por estimular o acumulo de glicogênio muscular, que a principal fonte de energia durante a execução de um esforço físico.


Vegetarianos naturalmente consomem mais carboidratos, já que os alimentos de origem vegetal são amplamente ricos nesse nutriente.



5) Vegetarianos tendem a apresentar um baixo peso e utilizam energia de forma mais eficiente


Vegetarianos tendem a apresentar um menor percentual de gordura e têm facilidade para perder peso. É evidente que indivíduos magros tendem a desempenhar melhor em atividades esportivas.


Dietas vegetarianas também parecem aumentar o consumo de energia pós-prandial, devido a mudanças na atividade mitocondrial. Um estudo observou um aumento de 16% no gasto energético de indivíduos submetidos a uma dieta vegana com baixo teor de gordura.


Resultados confirmam que vegetarianos desempenham igual, ou melhor, em inúmeras atividades esportivas


Uma revisão recente discute os resultados de 8 estudos que avaliaram a performance tanto em atividades de resistência, como de força. Somados, os estudos utilizaram inúmeros métodos de avaliação, incluindo a capacidade máxima de utilização de oxigênio, o torque máximo de potência muscular, o tempo até a exaustão, a capacidade máxima contração voluntaria e a resistência isométrica. Os autores concluem que não parecem existir diferenças significativas no desempenho de atletas vegetarianos e onívoros.


Um estudo com corredores, comparou vegetarianos e onívoros em diferentes testes de esforço. Os participantes eram jovens, saudáveis e de ambos os sexos. Os testes de esforço foram conduzidos para levar os participantes ao máximo da capacidade física, onde o grupo de vegetarianos apresentou uma aptidão física superior aos onívoros, os autores concluem:


"Atletas vegetarianos apresentam força similar aos atletas onívoros, fato evidenciado no teste de torque máximo, e possivelmente uma capacidade aeróbica superior, fato indicado pelo teste até a exaustão na esteira.”


Resultados similares são observados com atletas amadores. Um estudo realizado no Canadá recrutou mulheres veganas e onívoras, submetendo-as a testes de esforço máximo e testes de força. Os resultados evidenciaram que não houve nenhuma diferença nos testes de força, mas as veganas tiveram um desempenho superior nos testes de esforço máximo!

Esses estudos mostram que o vegetarianismo, e até mesmo o veganismo, não limita o desempenho esportivo, na verdade, parece favorecer a performance em algumas atividades, fundamentando o uso desse tipo de dieta para atletas.



 

Conteúdo por: Cláudio Bender | Nutricionista | CRN: 1726


Referências


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Boutros, G. H., Landry-Duval, M. A., Garzon, M., & Karelis, A. D. (2020). Is a vegan diet detrimental to endurance and muscle strength?. European journal of clinical nutrition, 74(11), 1550-1555.


Lynch, H., Johnston, C., & Wharton, C. (2018). Plant-based diets: Considerations for environmental impact, protein quality, and exercise performance. Nutrients, 10(12), 1841.


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Nebl, J., Haufe, S., Eigendorf, J., Wasserfurth, P., Tegtbur, U., & Hahn, A. (2019). Exercise capacity of vegan, lacto-ovo-vegetarian and omnivorous recreational runners. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 16(1), 23.

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